sexta-feira, 24 de junho de 2022

Deixa doer

Um oceano de distância e mais de uma década que ficou pra trás. Tanto tempo passou e aquilo especial que tínhamos, e era, sim, recíproco, ficou guardado a sete chaves.


Ficou guardado num lugar que só eu sei acessar. Que só eu sei o caminho. Mesmo sabendo que hoje, provavelmente, escrevo pro vazio, queria deixar registrada essa saudade. Uma saudade boa de sentir. Uma saudade daquela idealização besta, que quando saiu do imaginário foi um desastre.


Ficou uma marca sua em mim. Uma saudade boa de sentir. Hoje, assim como anos atrás, eu deixo a saudade me tirar pra dançar. 


segunda-feira, 30 de maio de 2022

A morte de um amor de infância

Diante dos meus olhos, a oportunidade que tanto roguei. Um momento a sós, finalmente, com ele. Um dia em que finalmente pudemos olhar nos olhos um do outro e conversar.

No mais improvável dos locais, dançamos. Sorrimos.

As confissões do passado vieram à tona: teria sido, mesmo, recíproco?

Num piscar de olhos, a proposta. Milímetros separaram nossos lábios. 

Em um segundo que parecia interminável, a lucidez me traz de volta à realidade: não sou mais aquela menina de vinte anos atrás.

E em um momento toda aquela fantasia se desmoronou. 

Os adultos não sabem amar com a inocência de uma criança. 

E assim eu parti, sem dizer adeus.

sábado, 28 de maio de 2022

De volta, com as mesmas cicatrizes

Seria loucura minha dizer que fantasio a próxima vez que o acaso nos coloque frente a frente?

Nós mudamos, e eu nem sei dizer o quanto. Mas hoje a saudade ainda transborda dentro do peito.