passagem

Ah, sexta feira vaga.
Ah, sexta à noite.
Milhões de páginas me aguardam,
A inspiração me habita...

Sextas-feiras de reflexões,
de reencontros,
de fortes amizades!
De locais marcados,
de fugas sem sucesso,
de planos fracassados.
De boas surpresas,
Futuros e passados.

Sexta à noite me dá vontade de escrever
de saber de ti
de te ler
saber como estás,
como anda teu sono,
se me viste passar!

Hoje quis fazer outro caminho
Mas me falaram de ti
como posso eu não querer
e dizer que te esqueci?

Já

Já me perguntei por tantas coisas!
Tantas possibilidades,
Tantos 'se', tantos 'poderia ser diferente'...

E hoje, me pergunto porque não foi,
porque não é.
Um dia será?
Já disse tantas vezes que prefiro não pensar!

Já decidi parar de agir,
já decidi te deixar agir.
Quando tudo era perfeito fui eu
quem resolveu fugir.
Algumas vezes, alguns centímetros nos separavam.
Bocas assim, tão perto...
Mas porque nunca houve beijo?
Teria sido a falta de desejo?
Ou a inoportuna ocasião?
Quem sabe, foi meu coração!
Que sem querer, tomou outro rumo
mas não te deixou pra trás
O coração pertence a outro,
Mas não te deixei em paz.
Nunca soube dizer o que sinto,
Se eu disser que te odeio, eu minto!
Nunca achei impossível nem irreal,
já criei expectativas,
e ainda sonho, sem querer
tem dias que olho pro nada
e me pego pensando em você.
Apenas não sei explicar
porque não aconteceu
vou vivendo sem me preocupar
Se o momento agora é teu...

Lembrança

Poemas medíocres
Rimas Pobres
Palavras vazias
Sentimentos Nobres.

Me dá um abraço apertado
pra confortar a distância?
Quilômetros e Quilômetros
de desentedimentos,
de desencontros,
de desesperança.
Ainda vale a pena amar
essa lembrança?

Seu rosto parece sumir
Não sei mais sua altura,
sua expressão.
Não sei mais quem és
o que fora pra mim?
Um conforto,
uma paixão?
um amor eterno,
uma ilusão?
um sonho bom de sonhar
daqueles que não se quer acordar!?

Não sei mais dizer,
não quero mais pensar...

Veneno

Eu sou veneno.
Sou água poluida.
Se me tocares,
Estragas tua vida.

Minhas palavras são mortais
Meu amor é lepra
Meus momentos, desiguais
Meu coração é pedra.

Biografia

Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz.
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e sons,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...

A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz,
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e sons,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...
E digo.


maravilhoso Lulu.

Fim de tarde.
A saudade aperta.

Vamos seguir no caminho,
De mãos dadas,
Sentar na beira da praia,
Rir,rir até
Ver o sol nascer?

A um amigo Leal

Essa vida maluca! A idade adulta chega nas pessoas. De repente, aquela vontade de mudar. De viver. Surgem novas expectativas, inéditas possibilidades. Surgem a intenção de seguir por caminhos nunca antes cogitados. Viva la revolución, como se diz por aí. Acontece que para a revolução acontecer, esta interna, é preciso mais do que coragem! É preciso querer ter coragem. As escolhas sempre nos dão como garantia coisas incertas [vaga lembrança da aula de Direito Civil]; ou ainda são obrigações impossíveis [acho que as aulas realmente me inspiraram hoje].

A maior surpresa que se pode ter é quando a coisa incerta - o amor [até então platônico] torna-se coisa certa: ele é correspondido. O grande problema é que este, infelizmente, é um objeto ilícito, impossível, indeterminável e principalmente [apesar de vcs homens acharem que somos assim], o amor não tem apreciação pecuniária! Oras, bolas! Como executar a dívida passional, então? Quem será o juiz competente para causa tão exorbitante? ...

É, meu amigo. A bola está contigo! Sê juiz de to mesmo! O maior problema do mundo é um amor correspondido. Oras, mas o que fazer com um amor correspondido?

Primeiro, deves separar amor da paixão. Fechar pra balanço. Dai percebas, o que valerá mais a pena? A coisa incerta, nova, ou o certo, lucrativo? [O direito ajuda na vida pessoal também]

Há pessoas que surgem em nossas vidas. Admiramo-nas, apaixonamo-nos por elas sem se quer nos darmos conta de tal. Acontece que já há morada certa para nós, já há aconchego. Quando vem as diferenças, bastam algumas lágrimas, chantagens envolvendo passarinhos, pra tudo voltar ao normal. Os amores platôncos surgem de necessidade, se aconchegam na brecha que há em nosso coração, na nossa alma. Os amores platônicos nos fazem felizes, meu amigo!

O problema desses amores platônicos correspondidos [seriam platônicos ainda?] é que, por serem correspondidos, viram uma vida paralela. Uma grande amiga minha, futura psicóloga, havia me dito que só nos damos conta da necessidade que temos de algo quando de fato estamos SEM ela. Aquela coisa rotineira não nos deixa perceber onde mora o amor de fato, qual a relevância que determinadas pessoas têm em nossa vida. Aí...bem, aí vem a saudade!

A saudade é aquela capaz de responder a todas as perguntas! Ninguém sente saudade de coisas irrelevantes. Já disse a um ex-namorado meu, ao dar um tempo [eterno]: Fiquei tanto tempo longe de você que acabei me acostumando!

A paixão é loucura.

e eu pensei que fosse a única...

Natural

Ainda há tempo;
Ou a hora já passou?
Prefiro não pensar,
pra não perder o sono
Com o conto que recomeçou.

vaidade,
orgulho,
saudade.
indecisão,
raiva,
paixão!
estátua,
estática.
musa,

paradigmática.

Furacão.
Ciclone,
Trovão.

Poderá tudo isso pertencer,
ao mesmo tempo,
a um pobre coração?

Tem?

As noites se passam.
As palavras não se arranjam.

Um frase bonita, uma lembrança.
Seria um sinal de esperança
Ou mera ilusão?
Ilusão de que necessito
Retratar-me em tuas palavras
Envolver-me em teus braços
Encontrar-te em meus sonhos
Saber de ti.

Engano-me, porém
Ao versar sobre nós?
Luto contra a perdição
Mas me faz tão bem,
acreditar na perfeição!

[Será que nós dois não tem?]

Nada

Café derramado sob o jornal,
Amanhace o dia.
Notícias que não interessam.
Amanhece em Curitiba,
Cinza.
Cinza como a existência.


Óculos escuros para esconder
O olhar que te procura
Mas só sabe te perder.


[Palavras sem sentido, sem rima, sem nada.
Será que você também levou embora
a minha inspiração?]

te procuro
te encontro
te tenho nos braços

um pensamento
desvia meus passos

é querer
é sentir
é poder
é [não] poder
é o poder


de


te querer,
te querer,
te querer...

Distância

Será que a distância
é mesmo capaz de apagar
Uma sintonia tão distante,
Com danças sem par
Com quem se dança a cada instante
Num mero encontro de olhar?