terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Prazer

Estranho sentar a frente do mesmo velho computador, no mesmo quarto, com algumas pequenas e quase insignificantes mudanças, após  tanto tempo de abandono desse meu local de fuga, meu velho blog.

Como antigamente, coloquei no youtube algumas das minhas bandas inspiradoras: Skid Row, Queensryche...

Não sei porquê, mas me dá uma vontade louca de escrever qualquer coisa ouvindo. Retorno para um momento que nunca vivi, não sei explicar. Simplesmente inspira.

Poxa, tanta coisa aconteceu nesses dois anos... Parei de escrever por prazer. Escrevo diariamente, o tempo todo, mas é tão massante essa busca da perfeição, o encaixe exato dos artigos de leis, das decisões recentes dos tribunais... O Direito definitivamente acabou com esse meu lado poético. Pra fazer as contas, desde o último ano da faculdade, em 2012, eu me sinto esgotada, pressionada. E essas palavras que facilmente fluíam para me aliviar das minhas próprias tensões agora me sufocam. Só quero ver a novela imbecil e rir das futilidades.

Livros então? Cara, acho que tirando a biografia do Ozzy nunca mais peguei um livro que não fosse jurídico. Isso é triste sabia? Eu sabia as falas das peças de Shakespeare uns anos atrás...

Bem, também nesses dois anos eu sonhei demais, me iludi demais, fui impulsiva demais. Tenho medo de ter feito todas as escolhas erradas sabe? Poxa deixei pra lá um dos desejos da humanidade, que bateu de repente à minha porta, para me jogar numa empreitada. Hoje me arrependo em partes, porque deixei o certo pelo duvidoso, e esse duvidoso continua deveras sombrio...

Tá vendo como eu fiquei chata? Até aqui só consigo falar de trabalho. Mas por outro lado posso perceber onde é que está meu problema, então.

Quem sabe se eu sentar mais a frente desse computador velho, ouvindo minhas músicas velhas, a paz volte a me habitar, e o prazer de escrever renasça!

Sei que ninguém vai ler isso aqui, mas eu precisava escrever.